quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Felinos da UFRN

Como não amar os Bichanos Universitários?



A quantidade de gatos na Universidade Federal do Rio Grande do Norte aumenta a cada dia. Seja por abandono, praticado pela população Potiguar; seja pela quantidade de fêmeas prenhas no local. Até que ocorra uma conscientização da população acadêmica e da população da cidade do Natal, esse número só tende a aumentar.

Hoje, a população felina conta com mais de 750 gatos circulando dentro da universidade. No ano de 2014 houve um mutirão em prol do bem-estar dos animais, visando o controle da superpopulação. Uma ação feita em conjunto com a zoonose de natal, voluntários e ONGs. O fato é que precisa-se que esse tipo de ação voluntária ocorra de ano em ano ou a cada seis messes. O que ocorre muitas vezes é a falta de verba para tal ação e provavelmente um descaso da própria universidade.

Entramos em contato com protetores que atuam no local e com ONGs, como SOS Vitoria Animal, que nos relatou a dificuldade e os perrengues que os felinos enfrentam todos os dias. O abandono é frequente, os felinos não têm segurança e nem vida longa, muitos morrem por atropelamento, envenenamento e agora um outro fator absurdo é que são caçados por cachorros nos fins de semana, de donos que entram na universidade com o objetivo de extermina-los como se fosse um esporte. Os protetores e as ONGs não são os únicos a denunciarem tal fato, relatos também dos funcionários que são responsáveis pela limpeza do local de que criadores de cachorros entram na UFRN com o objetivo de caçar os gatos, como o depoimento de Seu Manoel dos Santos, que trabalha na universidade a quatro anos como ASG, nos relatou ter encontrado alguns gatos que morreram em decorrência do uso dos cães, quando não, mortos por envenenamento.

Hoje na UFRN temos um numero alto de pessoas que cuidam, alimentam, levam ao veterinário, dão um jeito de fazer a castração por conta própria ou com apoio de outros meios, mas são muitos gatos e sempre aparecem mais. Quando percorremos o setor de aulas 1, com o objetivo de entrevistar funcionários e alunos da instituição, ficou claro o amor e afeição que sentem pelos gatos. Exemplo, são os alunos da graduação de Biblioteconomia, Flaubert Muniz Mateus e Mariana dos Santos Duarte que não vem nenhum incomodo por verem eles transitando pela universidade, ao contrário, gostam de gatos e sempre que podem levam ração para os felinos que encontram no caminho. Relatam também que gostariam que a instituição tivesse uma abordagem melhor em relação aos gatos, como um programa de castração e adoção e não esse descaso ao qual a universidade dedica aos felinos.

Mais nem tudo são flores e amor, pois sabemos que tem uma parcela da população acadêmica que não gostam dos gatos, que maltratam e envenenam. Alguns servidores varrem e jogam fora a ração que é colocada para alimentação dos gatos, como também furam e jogam foram os depósitos ou as caixas de leite deixados com água pelos protetores. Os donos dos estabelecimentos que ficam nos setores, alguns relatam que os gatos importunam sua clientela e pedem comida subindo nas mesas e bancadas do local. Que são transmissores de doenças, como a toxoplasmose. Lembrando, que a toxoplasmose não é transmitida em contato direto com o gato, mas pela ingestão de alimentos contaminados com fezes de gato ou pela ingestão direta de traços das próprias fezes do animal infectado, levando-se em conta que as fezes devem estar expostas a pelo menos três dias e que o leitor não tenha a intenção de ir come-las.

Os chutes e empurrões que os gatos recebem, geralmente são causados por busca de alimentação ou o simplesmente por necessidade de carinho. Já presenciamos alguns desses absurdos, ao qual o gatinho acaba saindo machucado, muitas vezes mancando ou pior. Alguns aparecem ate com os olhos furados e lacerações pelo corpo.

Vale a pena lembrar, que, existe a lei de crimes ambientais Nº 9.605/98, que visa a punição para quem mata cão e gato, que abrange qualquer tipo de mau trato com pena de detenção de 1 á 3 anos, com acréscimo de 1/3 da pena dependendo do grau de mau trato ao qual o animal foi submetido.


Apesar de todo o maltrato que recebem e o descaso para com eles da instituição, os protetores e os voluntários de ONGs lutam para que a vida dos felinos dentro do campus seja no mínimo razoável. A necessidade de pensar em soluções para a saúde e bem-estar desses seres indefesos é urgente, visando um programa ao qual conscientize a população a cerca e as consequências do abandono, castração para conter a população felina do local e principalmente campanhas de adoção. Sabendo que o melhor para eles é um lar seguro e amoroso.

Por: Bruno Vinicio do Nascimento Silva (Fotógrafo), Márcia Josélia da Silva Lima (Repórter), Rafael Marques de Paiva (Editor)

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